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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Trânsito, da Via Ápia à Via Pública

GUERRA NAS ESTRADAS: A ORIGEM



Carmen Reichelt
Psicóloga
Especialização em Neuropsicologia e Acupuntura

São as vias públicas, como ruas e estradas, construídas dentro de certos requisitos técnicos e legais que permitem a circulação de veículos dentro e fora das cidades. Deslocar-se é um atributo humano, que pode estar associado a competir e cooperar.

Desde o início dos tempos o homem viu-se as voltas com movimentos migratórios, seja  ele tribal, nacional, de classes ou mesmo individual. As motivações podem estar relacionadas com política, economia ou religião. Mas, é a força do desejo pela busca da sobrevivência que gera a pressão para as migrações humanas.
Estudos arqueológicos demonstram migrações do Homo erectus, seguidas das do Homo sapiens, que saíram da África, atravessaram a Euroásia usando as rotas disponíveis pelas terras, rios e mares. O deslocamento estava relacionado a um comportamento adaptativo à  vida. A grande maioria das sociedades humanas, em períodos pré-históricos, era de caçadores-colectores, com uma estratégia de vida nômade, ou seja, sem habitação fixa. Isto porque, quando os recursos naturais de uma determinada área eram esgotados, tornava-se impossível a fixação permanente. Quando terminavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias migravam. Viviam da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Haviam exceções como no caso dos Haida da Colúmbia Britânica, pois habitavam regiões suficientemente ricas, onde o grupo populacional poderia sedentarizar-se. O estilo nômade mudou, quando surgiu o domínio do fogo, o desenvolvimento da agricultura e domesticação dos animais. Com o fogo o homem pôde proteger-se do perigo dos animais, cozinhar a carne da caça e outros alimentos, iluminar sua habitação, além de obter calor necessário para os rigorosos períodos de frio. Com a invenção da roda surgiram carroças rudimentares. Com estas habilidades ele conseguiu diminuir sua dependência em relação a natureza. Assim, foi possível a sedentarização. O domínio sobre a agricultura impulsionou técnicas de drenagem e irrigação. Neste momento passou a plantar, colher e armazenar o alimento. Ressurgiu a necessidade do deslocamento humano, agora a motivação era o comércio, inicialmente à base de trocas. Poder e riqueza! O transporte dos produtos, a princípio era feito através da navegação, com barcos a vela. Surgiram novas armas, mais poderosas, o que permitiu a alguns reinos dominarem outros pela guerra, formaram-se assim os primeiros impérios (fonte: http://pt.wikipedia.org)

Por volta do ano 3000 a.C. foram construídas as primeiras estradas, a partir de trilhas usadas por povos pré-históricos, localizaram-se no sudoeste da Ásia. A mais antiga de que se tem registro é a estrada Real da Pérsia, contemporânea aos primeiros veículos de rodas. Ligava as civilizações da Mesopotâmia e do Egito e estendia-se do golfo Pérsico ao mar Egeu, num percurso de 2.857km que unia a Pérsia à Turquia, Grécia e Egito. Este foi o primeiro grande sistema de rodovias, formado de estradas que se interligavam, criavam grandes centros de caravanas e permitiam intensa troca comercial entre regiões distantes. Mas, foram os romanos, que desenvolveram uma engenharia rodoviária com o máximo de eficiência e aprimoramento tecnológico na antiguidade. As estradas tinham a função dupla de conquistar territórios e preservá-los. No auge do poder de Roma, foram construídos perto de 85.000km de estradas que ligavam a capital às fronteiras mais distantes do império. Irradiavam de Roma 29 grandes estradas militares, das quais a mais conhecida é a via Ápia, que se estendia por 660km. (fonte: http://www.cepa.if.usp.br)

Em sua origem, as estradas tiveram a marca da competição e conquista bélica, elas serviram ao propósito das guerras pela expansão de território e poder, participaram nas grandes épocas da história, como no Império Persa e no Império Romano, transformaram o mundo tanto em tecnologia como em comportamento.
É desta forma, que nossa atual agressividade nas estradas encontra-se amarrada tanto ao aspecto cultural da conquista, como vinculada à gênese do homem nômade da pré-história. Sendo, a via pública um espaço compartilhado para o deslocamento pacífico (motorizado ou não), que ele possa ser seguro para todos. Para isto, é importante, que cada um de nós desenvolva algumas atitudes essenciais neste relacionamento de mobilidade: responsabilidade, respeito, solidariedade e prudência.

Não estamos sozinhos nesta tarefa de paz no trânsito, são várias as instituições públicas que estão para nos auxiliar, citamos:

Detran, gestão e promoção de ações em defesa da vida no trânsito. O Detran gaúcho foi o primeiro, em todo o País, a implantar a estrutura apresentada no Código de Trânsito Brasileiro, antes mesmo da sua publicação, servindo de exemplo aos demais Departamentos de Trânsito da Federação.

EPTC, criada em  janeiro de 1998, com a missão de regular e fiscalizar as atividades relacionadas com o trânsito e os transportes do município de Porto Alegre, atendendo a uma tendência internacional de municipalização da mobilidade urbana.

Polícia Rodoviária Federal, cuja missão é fiscalizar mais de 61 mil quilômetros de rodovias e estradas federais, zelando pela vida daqueles que utilizam a malha viária federal para exercer o direito constitucional da livre locomoção.
No trânsito de hoje e do futuro, que prevaleça a paz e a cooperação.


O Império Persa
http://www.youtube.com/watch?v=T_4Ppyu102E&feature=player_embedded

O Império Romano

http://www.youtube.com/watch?v=06mh3IDnILI&feature=player_embedded


Via Appia
http://www.youtube.com/watch?v=PXOIXnME1yg&feature=player_embedded

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