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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Trânsito, da Via Ápia à Via Pública

GUERRA NAS ESTRADAS: A ORIGEM



Carmen Reichelt
Psicóloga
Especialização em Neuropsicologia e Acupuntura

São as vias públicas, como ruas e estradas, construídas dentro de certos requisitos técnicos e legais que permitem a circulação de veículos dentro e fora das cidades. Deslocar-se é um atributo humano, que pode estar associado a competir e cooperar.

Desde o início dos tempos o homem viu-se as voltas com movimentos migratórios, seja  ele tribal, nacional, de classes ou mesmo individual. As motivações podem estar relacionadas com política, economia ou religião. Mas, é a força do desejo pela busca da sobrevivência que gera a pressão para as migrações humanas.
Estudos arqueológicos demonstram migrações do Homo erectus, seguidas das do Homo sapiens, que saíram da África, atravessaram a Euroásia usando as rotas disponíveis pelas terras, rios e mares. O deslocamento estava relacionado a um comportamento adaptativo à  vida. A grande maioria das sociedades humanas, em períodos pré-históricos, era de caçadores-colectores, com uma estratégia de vida nômade, ou seja, sem habitação fixa. Isto porque, quando os recursos naturais de uma determinada área eram esgotados, tornava-se impossível a fixação permanente. Quando terminavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias migravam. Viviam da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Haviam exceções como no caso dos Haida da Colúmbia Britânica, pois habitavam regiões suficientemente ricas, onde o grupo populacional poderia sedentarizar-se. O estilo nômade mudou, quando surgiu o domínio do fogo, o desenvolvimento da agricultura e domesticação dos animais. Com o fogo o homem pôde proteger-se do perigo dos animais, cozinhar a carne da caça e outros alimentos, iluminar sua habitação, além de obter calor necessário para os rigorosos períodos de frio. Com a invenção da roda surgiram carroças rudimentares. Com estas habilidades ele conseguiu diminuir sua dependência em relação a natureza. Assim, foi possível a sedentarização. O domínio sobre a agricultura impulsionou técnicas de drenagem e irrigação. Neste momento passou a plantar, colher e armazenar o alimento. Ressurgiu a necessidade do deslocamento humano, agora a motivação era o comércio, inicialmente à base de trocas. Poder e riqueza! O transporte dos produtos, a princípio era feito através da navegação, com barcos a vela. Surgiram novas armas, mais poderosas, o que permitiu a alguns reinos dominarem outros pela guerra, formaram-se assim os primeiros impérios (fonte: http://pt.wikipedia.org)

Por volta do ano 3000 a.C. foram construídas as primeiras estradas, a partir de trilhas usadas por povos pré-históricos, localizaram-se no sudoeste da Ásia. A mais antiga de que se tem registro é a estrada Real da Pérsia, contemporânea aos primeiros veículos de rodas. Ligava as civilizações da Mesopotâmia e do Egito e estendia-se do golfo Pérsico ao mar Egeu, num percurso de 2.857km que unia a Pérsia à Turquia, Grécia e Egito. Este foi o primeiro grande sistema de rodovias, formado de estradas que se interligavam, criavam grandes centros de caravanas e permitiam intensa troca comercial entre regiões distantes. Mas, foram os romanos, que desenvolveram uma engenharia rodoviária com o máximo de eficiência e aprimoramento tecnológico na antiguidade. As estradas tinham a função dupla de conquistar territórios e preservá-los. No auge do poder de Roma, foram construídos perto de 85.000km de estradas que ligavam a capital às fronteiras mais distantes do império. Irradiavam de Roma 29 grandes estradas militares, das quais a mais conhecida é a via Ápia, que se estendia por 660km. (fonte: http://www.cepa.if.usp.br)

Em sua origem, as estradas tiveram a marca da competição e conquista bélica, elas serviram ao propósito das guerras pela expansão de território e poder, participaram nas grandes épocas da história, como no Império Persa e no Império Romano, transformaram o mundo tanto em tecnologia como em comportamento.
É desta forma, que nossa atual agressividade nas estradas encontra-se amarrada tanto ao aspecto cultural da conquista, como vinculada à gênese do homem nômade da pré-história. Sendo, a via pública um espaço compartilhado para o deslocamento pacífico (motorizado ou não), que ele possa ser seguro para todos. Para isto, é importante, que cada um de nós desenvolva algumas atitudes essenciais neste relacionamento de mobilidade: responsabilidade, respeito, solidariedade e prudência.

Não estamos sozinhos nesta tarefa de paz no trânsito, são várias as instituições públicas que estão para nos auxiliar, citamos:

Detran, gestão e promoção de ações em defesa da vida no trânsito. O Detran gaúcho foi o primeiro, em todo o País, a implantar a estrutura apresentada no Código de Trânsito Brasileiro, antes mesmo da sua publicação, servindo de exemplo aos demais Departamentos de Trânsito da Federação.

EPTC, criada em  janeiro de 1998, com a missão de regular e fiscalizar as atividades relacionadas com o trânsito e os transportes do município de Porto Alegre, atendendo a uma tendência internacional de municipalização da mobilidade urbana.

Polícia Rodoviária Federal, cuja missão é fiscalizar mais de 61 mil quilômetros de rodovias e estradas federais, zelando pela vida daqueles que utilizam a malha viária federal para exercer o direito constitucional da livre locomoção.
No trânsito de hoje e do futuro, que prevaleça a paz e a cooperação.


O Império Persa
http://www.youtube.com/watch?v=T_4Ppyu102E&feature=player_embedded

O Império Romano

http://www.youtube.com/watch?v=06mh3IDnILI&feature=player_embedded


Via Appia
http://www.youtube.com/watch?v=PXOIXnME1yg&feature=player_embedded

Controlando a agressividade no trânsito



O OUTRO LADO DO MEDO DE DIRIGIR: Comportamento Agressivo no Trânsito


A educação para o trânsito é uma questão de saúde pública. Estão envolvidos o cidadão e sua família, assim como as instituições governamentais e privadas. Segundo Corpo de Bombeiros Militar (2006), no Brasil mais de 40.000 pessoas perdem a vida anualmente em acidentes de trânsito, porém acredita-se que estes números são maiores, pois as estatísticas são falhas. A elevada mortalidade por acidentes de trânsito representa um problema de saúde pública tanto no Brasil como em diversos países.
Os jovens, especialmente do sexo masculino, são o grupo com maior envolvimento em acidentes de trânsito fatais. Os acidentes fatais são apenas a ponta do iceberg; devem ser considerados os acidentes com sequelas e os acidentes que evoluem para recuperação total, mas apresentam longo tempo de internação precisando, às vezes, de cirurgias. Pesa, ainda, o afastamento das atividades acadêmicas e laborais.

Comportamento agressivo no trânsito estaria relacionado a fatores bio-psicológicos e sociais.De forma geral, comportamento violento e agressivo encontra-se ligado tanto a fatores da cultura e educação, como a questões neuropsicológicas relacionadas aos níveis de testosterona e demais neurotransmissores.
Sabbatini (2001) associa áreas cerebrais específicas responsáveis pelo comportamento agressivo, como amigdala, que é uma estrutura cerebral esferóide com aproximadamente dois centímetros de diâmetro, situada no pólo temporal. Região do cérebro que faz parte do sistema límbico, importante centro regulador do comportamento sexual e agressividade. Também relacionada com os conteúdos emocionais e memória. Atualmente, já existe conhecimento científico suficiente para atribuir características biológicas a comportamentos agressivos, como é o caso de alterações na concentração de serotonina, nas amígdalas (região do cérebro), nos lobos temporais. Quanto às diferenças da agressividade encontradas entre o gênero masculino e feminino, parece que há uma relação entre os níveis de testosterona. Diferenças comumente relacionadas ao comportamento agressivo estão na quantidade do hormônio testosterona, presente em grandes quantidades nohomeme em pequenas na mulher. Ele é responsável pelas características masculinas (pêlos no corpo, formação de músculos), apetite sexual e também pela agressividade.
Ainda em Sabbatini (2003), quanto ao fator orientação espacialhá uma relação estreita entre os níveis de testosterona e a habilidade masculina no raciocínio espacial. Na orientação espacial, ponto para os homens. Na média, o sexo masculino tem também mais facilidade em visualizar objetos em rotação, identificar figuras geométricas escondidas num desenho mais amplo, calcular distâncias e velocidades. E, como os macacos machos, os homens são mais precisos em acertar objetos em determinado alvo. Este fato explica um maior número de acidentes fatais com motoristas jovens do sexo masculino.

Pinker (1999) descreve como os níveis de testosterona podem elevar a agressividade. Refere que foram encontrados níveis de testosterona mais elevados em advogados criminalistas do que aqueles que trabalham com questões administrativas. Assim como, os torcedores de futebol tem seu nível de testosterona aumentado após terem assistido no estádio uma partida. A testosteronaestá ligada à capacidade de ação e reação, competitividade, agressividade e raciocínio espacial. O homem utiliza destes recursos para dirigir. Se por um lado a testosterona facilita o exercício como motorista, pois melhora o raciocínio espacial, por outro lado expõe o condutor a seus primitivos impulsos de agressividade.

Em nossa cultura a direção de veículo está relacionada ao status de inclusão e superioridade. Além disto, quando o indivíduo dirige um carro ele é exigido em seu potencial para raciocinar em termos de espaço, de tomada de decisões, além de favorecer uma exposição a situações estimulantes do comportamento agressivo e competitivo. Facilmente o motorista passa a ocupar o lugar de piloto! Este que entra em uma luta pelo podium do primeiro lugar. Segundo ateoria cognitivo comportamental, o estado de humor denominado como raiva é acionado pela interpretação de que "uma regra foi violada", "fui tratado injustamente", ou seja predispõe o sujeito a um mecanismo de "luta ou fuga".

Em Ballone (2005), quando em nós uma ameaça é vivida, é gerada como reação uma resposta de luta ou fuga. Esta é acionada automaticamente na percepção do perigo. Envolve a liberação de alguns hormônios pelo corpo e a mobilização de parte do sistema nervoso. Esta reação produz sintomas físicos que correspondem a um quadro de ansiedade. Imediatamente surge o aumento da frequência cardíaca, palidez, tensão muscular, alterações digestivas. Seguido de perturbações no sono, na função sexual, mudança de peso, dermatoses, baixa resistência a infecções, queda de cabelos ou quadros alérgicos, entre outros. Quando vivenciamos a ansiedade antecipatória – interpretação de um risco que virá, de uma dificuldade imaginada – temos clara noção das sensações de agitação, tensão, palma das mãos suadas, boca seca,tonteira, dificuldades respiratórias, coração disparado e rubor facial. Os efeitos psicológicos incluem a tendência para autoritarismo, o sentimento de perseguição, a sensação de incompetência, o aumento de consumo de álcool, cigarro e drogas, a alteração na ingesta de alimentos, o isolamento e introspecção, a queda da eficiência, a irritabilidade, a desmotivação, a queda da capacidade de concentração e organização ou até mesmo a depressão.

Para Andrews (2003), a raiva surge quando acreditamos que fomos tratados injustamente, magoados desnecessariamente ou impedidos de obter algo que esperávamos alcançar. Note a ênfase em injustiça e na quebra das expectativas. Não é simplesmente a mágoa ou o prejuízo que nos faz ficar com raiva, mas a violação de regras e expectativas. E quanto às pessoas que foram frequentemente abusadas, e que se sentem incapazes de se proteger? As pessoas que se acreditam impotentes em relação ao abuso, com frequência, reagem não com raiva, mas com resignação ou depressão. Para estas pessoas, o desafio pode ser aprender a experimentar a raiva quando alguém as está prejudicando diretamente, ao invés de aprender a controlar a raiva. Ainda segundo o mesmo autor, o padrão de raiva rápida e frequente acompanha a crença de que é possível nos protegermos ao nos confrontarmos com o abuso. A raiva pode ser um problema, portanto, tanto por ser muito frequente quanto por ser ausente.É normal sentir raiva, mas sua intensidade ou aquilo que fazemos com ela separa com uma tênue linha o equilíbrio e a violência. A raiva rápida no trânsito pode ser entendida como a outra face do medo da convivência com outras pessoas, acionando a reação de luta ou fuga, pois somos afinal, "máquinas de sobrevivência". Tudo aquilo que é interpretado como ameaça deverá ser por nós ou evitado ou combatido. Medo e Raiva estão em uma mesma base.

A Tese de Doutorado de Presa (2010) foi motivada em razão dos acidentes de trânsito representarem uma das principais causas de mortes violentas no Brasil e no mundo. O autor afirma que o estado emocional do motorista é um importante aspecto da direção segura. Sendo a emoção raivosa uma das causas dos acidentes, pois prejudica a percepção, a tomada de decisão e a psicomotricidade.

Participaram 400 motoristas de Manaus, Amazonas, Brasil.

Houve cinco tipos de motoristas: (1) de automóvel, (2) de caminhão, (3) de motocicleta (4) de ônibus e (5) de táxi.

PRESA (2010), em sua tese buscou verificar se nos motoristas existe correlação significativa entre a emoção raivosa, sentida na vida em geral, com a emoção raivosa sentida no contexto do trânsito.

Foi comparado os índices médios de emoção raivosa entre: faixas etárias, homens versus mulheres, níveis de escolaridade, não infratores versus infratores e profissionais versus amadores.

Os resultados demonstraram que:
(1) os motoristas que apresentam menor emoção raivosa na vida em geral tendem a apresentar menor emoção raivosa quando dirigem, e vice-versa,
(2) as médias de emoção raivosa foram significativamente mais baixas nos motoristas de mais idade,
(3) não houve diferença significativa na emoção raivosa média de homens e mulheres que dirigem automóveis,
(4) não houve diferença significativa na emoção raivosa dos cinco tipos de motoristas, quanto ao grau de escolaridade,
(5) os motoristas não infratores apresentaram emoção raivosa média significativamente mais baixa que os motoristas infratores e
(6) os motoristas amadores (automóvel) apresentaram emoção raivosa média significativamente mais alta que os motoristas profissionais de caminhão e de ônibus, e mais baixa do que motoristas de táxi e de motocicleta.

No ranking das situações de maior raiva no trânsito foi determinado uma ordem decrescente para as 20 situações de raiva no trânsito (SRT), da maior até a menor geradora de emoção raivosa (1ª a 20ª), para os motoristas em geral e para cada um dos cinco tipos de motoristas

Os resultados demonstraram o seguinte ranking das situações de maior raiva no trânsito

posição – situação
1 surgem buracos grandes e inesperados que agridem meu veículo
2 passo por motoristas que que estacionam em várias filas, chegando a fechar a fila
3 à noite, motoristas me colocam luz alta nos olhos, dificultando a visão
4 vans que param em local inadequado para pegar ou largar passageiros
5 vejo carros da polícia cometendo infrações no trânsito, sem urgência
6 veículos grandes cruzam a minha frente, obrigando me a frear
7 percebo que há guardas escondidos, multando motoristas
8 pedestres atravessam arriscadamente, obrigando-me a frear
9 há trânsito lento em fila única e motoristas avançam na contramão
10 veículos lentos não saem da esquerda, obrigando-me a ir pela direita
11 operários estão tapando buracos em horário de movimento intenso
12 engarrafamentos e ou trânsito lento me fazem ficar atrasado
13 motoristas andam próximos a mim com ruídos altos
14 motoristas ficam muito próximos da traseira do meu veículo
15 ciclistas andam pela contramão, obrigando-me a desviar
16 passo diariamente por uma obra que dura meses
17 motoristas em geral passam por mim quando abre o semáforo
18 sou xingado por ter dado chance para pedestre ou veículo passar
19 buzinam instantaneamente para mim quando abre o semáforo
20 motoristas andam acima da velocidade permitida para o trecho

O estudo mostra que no trânsito os pontos de vista sobre os outros mudam conforme o observador.

Para os motoristas de caminhão, os maiores provocadores de raiva no trânsito são luz alta nos olhos e vans em qualquer lugar.

Para os motoristas de táxi e os donos de carros de passeio, os maiores motivos de raiva são os buracos e os outros carros fechando a rua.

Para os condutores de motocicleta, são os buracos e veículos que cortam a frente.

Para os motoristas de ônibus, são os veículos que fecham a rua e a luz alta nos olhos. “O que dá mais raiva são os buracos no chão, para os motoristas de motocicleta, auto e taxi, porque para estes ocorre um prejuízo material. Os motoristas de caminhão não têm tanta raiva porque são as empresas que arcam com o prejuízo", relata Presa (2010).

Segundo o autor, os resultados demonstraram que existem diferenças significativas nos níveis médios de emoção raivosa entre os cinco tipos de motoristas. Finalmente, os resultados sugeriram ser importante avaliar os níveis de emoção raivosa nos motoristas experientes e nos candidatos a motorista, quando esses realizam a Avaliação Psicológica, visto que a emoção raivosa pode ser uma importante causa de infrações e acidentes de trânsito.

Muitas vezes, estes comportamentos agressivos, que geram sofrimento tanto na sociedade quanto no indivíduo que os vivencia, podem estar associados com uma patologia. Para o psiquiatra Diogo Lara (2011) há uma correspondência entre o humor exaltado e instável com o comportamento impulsivo, quando definido como humor bipolar. “Um quadro bipolar, trata-se da um transtorno mental em que o humor assume autonomia, deixando de responder adequadamente ao que seria esperado, com variações diversas como euforia, agitação, aumento de energia, agressividade, ansiedade, explosividade, aumento de riscos e gastos, impulsividade e distração, entre outros sintomas do pólo positivo ou "para cima", que se alternam ou se mesclam com apatia, desânimo, tristeza, ansiedade e falta de prazer do pólo negativo ou depressivo.” As graduações do humor incluem desde a eutimia (estado normal do humor), a hipertimia (que não chega a atrapalhar o cotidiano), a hipomania (leve mania, que pode atrapalhar razoavelmente), até a mania (acarreta consequências e prejuízos em diversos níveis).

Segundo Lara (2011), o estilo de dirigir varia comforme o humor, que vai desde cauteloso e regrado; passando para um pouco mais rápido, costura um pouco, buzina, mas obedece aos sinais; até queima alguns sinais, não tolera ser ultrapassado, anda rápido, arranca sempre na frente, buzina bastante, trafega em alta velocidade, não respeita sinais, canta pneu, faz roleta-russa nos cruzamentos
O agressivo se vê vítima. Crê que há uma injustiça, mas na verdade há uma falha no olhar para seu próprio comportamento. A raiva está relacionada à percepção de dano e prejuízo. Há acrença de que regras importantes foram violadas pelas outras pessoas.

Estratégias de Manejo da Raiva segundo a Terapia Cognitivo Comportamental

Reestruturação Cognitiva:
Registro de Pensamentos ajudam você a desenvolver uma série de habilidades que podem melhorar seu humor e suas relações e acarretarem uma mudança de comportamento positiva;
Um Registro de Pensamentos lista evidências que apoiam e não apoiam os pensamentos que você identificou;
Os Registros de Pensamentos proporcionam uma oportunidade para o desenvolvimento de novos modos de pensar que podem levá-lo a sentir-se melhor;
Assim como para o desenvolvimento de qualquer habilidade, você precisará praticar o preenchimento de muitos registros.

Antecipação e Preparação de Eventos utilizando a Criação de Imagens:
Você pode achar muito útil antecipar situações nas quais você tem grande chance de sentir raiva e preparar-se para elas.
É melhor usar a visualização de imagens antes de entrar nas situações. Você pode achar útil imagina-se dizendo o que você quer dizer, da maneira que você quer dizer, e imaginar-se obtendo a resposta que você espera receber. Além disso, pode ser útil como você pode lidar com possíveis problemas de forma eficaz e adaptativa. A visualização de imagens funciona, em parte, porque o ajuda a pensar em possíveis áreas problemáticas e projetar sua resposta com antecedência. Além do mais pode ser útil ver-se eficiente e descontraído em uma situação estressante, de alto risco.
Finalmente, é útil para construir uma imagem ideal de como você deseja responder; a imagem pode ajudar a direcionar suas respostas na situação real.
Se você consegue identificar uma situação estressante e na qual você corre alto risco de experimentar raiva, você tem a oportunidade de planejar, escrever e ensaiar exatamente o que você deseja falar. Este roteiro pode ajudá-lo a desenvolver uma estratégia voltada para o que você deseja alcançar e entrar na situação com um maior grau de confiança.

Reconhecendo os Primeiros Sinais de Raiva:
Além da antecipação de situações nas quais você está sujeito à raiva, também é útil reconhecer os sinais de que você está ficando com raiva ou de que sua raiva está ficando fora de controle. Ao reconhecer estes sinais, você tem a oportunidade de dar um “curto-circuito” em qualquer raiva destrutiva.
Uma vez que raiva pode ser útil ou destrutiva, se você aprende a reconhecer quando você está começando a entrar em uma zona destrutiva, você pode então utilizar vários métodos para reafirmar o controle e fazer com que sua raiva funcione construtivamente. Para muitas pessoas, os primeiros sinais de raiva destrutiva incluem instabilidade, tensão muscular, mandíbula cerrada, peito apertado, gritos, punhos cerrados e dizer inverdades. Quando você se der conta de qualquer um desses sinais, é importante “tirar um tempo” para lembrar a si mesmo as suas opções.
Você pode escolher ficar com raiva ou usar alguns dos métodos descritos aqui para se acalmar.

Dar um Tempo:
Dar um tempo pode ser uma maneira eficaz de controlar sua raiva. Isso envolve sua retirada de uma situação na qual você se encontra, quando os primeiros sinais de aviso indicam que sua raiva está ficando fora de controle.
Dar um tempo ajuda você a recuperar o controle sobre si mesmo e sobre a situação.
O uso eficaz de intervalos envolve o reconhecimento dos mais precoces sinais de que sua raiva está ficando fora de controle ou de que está se tornando destrutiva. Você pode utilizar intervalos como os atletas para reagrupar, estrategiar, relaxar ou simplesmente descansar. Seus intervalos podem ser tão curtos quanto 5 minutos ou tão longos como 24 horas. O intervalo não é utilizado para evitar a situação, mas ao contrário, para abordar a situação a partir de um novo ângulo e com um novo início. O objetivo de cada intervalo é retomar à situação e passar por ela. Você pode querer melhorar o intervalo ao utilizar o Registro de Pensamentos.

Treino de Afirmação Pessoal:
O treino de Afirmação Pessoal pode reduzir as dificuldades com a raiva.
A assertividade pode reduzir a frequência da pessoa ser tratada injustamente ou de tirarem vantagem dela, portanto, pode prevenir situações que fazem surgir a raiva. Além disso, o treino é útil para as pessoas que guardam raiva, internalizando seus efeitos destrutivos.

Embora nossos pensamentos influenciem nosso humor, comportamentos e reações físicas, o pensamento positivo não é a solução para o problema de nossa vida. A maioria das pessoas deprimidas, ansiosas ou irritadas, dizem que “ter apenas pensamentos positivos” não é tão simples. De fato, se realmente tentarmos ter somente pensamentos positivos quando experimentamos um estado de humor forte, podemos não perceber sinais importantes de que algo está errado.

A terapia cognitiva sugere, ao contrário, que a pessoa considere o maior número de ângulos possíveis de um determinado problema. Olhar a situação de muitos pontos de vista diferentes - positivos, negativos e neutros - pode levar a pessoa a novas conclusões e soluções. Embora a identificação e a modificação dos pensamentos sejam um ponto central da terapia cognitiva, com frequência é igualmente importante fazer-se mudanças físicas, comportamentais ou ambientais. (GREENBERGER, 1999)

Concluímos com uma citação de Jeremy Ross (2003), autor de livros sobre Medicina Tradicional Chinesa. "A maioria das doenças da sociedade moderna resulta da falta de contato com as energias do espírito. No lugar de amor, há medo e ódio por si mesmo, pelos outros e pelo mundo. A doença da sociedade é uma decorrência da severa infelicidade dos indivíduos, do isolamento e da alienação. O medo é o principal bloqueio de fluxo de amor. O medo é a mãe da raiva e o controlador da alegria".

REFERÊNCIAS

ANDREWS, Gavin. The TreatmentofAnxietyDisorders. Cambridge University Press, 2003.
BALLONE, G.J. Ansiedade. In: PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005.
Corpo de Bombeiros Militar, Centro de Ensino e Instrução, 2º Cursos de Formação de Sargentos BM, 2006, disponível em http://www.bombeiros.ac.gov.br/doc/TRAB_TEC/ACIDENTESAUTO.pdf)
GREENBERGER, Dennis & PADESKY, Christine. “A mente vencendo o humor”. Porto Alegre: Artmed, 1999.
LARA, D. Bipolariade, os Altos e Baixos do Humor, em http://www.bipolaridade.com.br, revisto em 2011.
PINKER, Steven. Como a mente funciona. Companhia das Letras, 1999.
PRESA, L. A. P. A emoção raivosa em motoristas de automóvel, caminhão, motocicleta, ônibus e táxi. Tese de Doutorado, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras: Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010.
ROSS, Jeremy. Combinação dos Pontos de Acupuntura – A Chave para o Êxito Clínico, Editora Roca, SP, 2003.

Projeto elaborado para o Curso de Capacitação para o Trânsito (EPTC - PoA), com a participação de
Carmen Joseph Reichelt
Cristiane Ungaretti Zago
Diolete Teresinha da Silva

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Treinamento Individual ou em Grupos

José Leonardo Reichelt

Engenheiro Mecânico
Mestrado em Engenharia de Energia e Meio Ambiente
Especialização em Gestão Empresarial.

Fone (51) 93 61 2844

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8364116695623446
Linkedin: http://br.linkedin.com/pub/jose-leonardo-joseph-reichelt/23/7a7/31




Carmen Doris Reichelt

Psicóloga
Especialização em Neuropsicologia e Acupuntura

Linkedin:
http://br.linkedin.com/pub/carmen-doris-reichelt/24/218/558
Blog: http://www.carmenreichelt.blogspot.com



Fale conosco: jlreichelt@ig.com.br

Este blog contém informações sobre manutenção de automóveis da linha leve, a álcool, gasolina, flex ou GNV, a todos os interessados, sejam proprietários, motoristas, mecânicos de final de semana ou mesmo profissionais.

Incluimos material sobre o manejo da ansiedade no trânsito, tão comum e necessário, seja relacionado ao medo como em situações de raiva rápida.

A cidade é um ambiente dinâmico e são justamente, as suas ruas e os carros, que aproximam os espaços, como a residência do trabalho, o comércio da fábrica, o campo da cidade e o lazer para todos.

É o trânsito uma realidade no cotidiano de todos nós.

O carro é uma necessidade.

A correta manutenção preventiva de um automóvel é uma questão mais de comportamento cultural do que de conhecimentos técnicos que o motorista possa ter ou não.

Para cuidar do carro como se deve e como recomenda o fabricante não é preciso ser, necessariamente, um “expert” em mecânica – para estes casos existe o manual do veículo que, seguido à risca, resultará em uma manutenção adequada.


Ar-condicionado
A pressão do gás refrigerante do ar-condicionado deve ser verificado a cada 20 mil quilômetros. Ligue o equipamento uma vez por semana para manter suas peças lubrificadas.

Arrefecimento
Verifique toda semana, com o motor frio, o nível do líquido no reservatório ligado ao radiador. Para completar o nível, use 2/3 de água filtrada e 1/3 de aditivo. Uma vez por ano, deve-se substituir todo o líquido de refrigeração e limpar o sistema numa oficina.

Bateria
Você deve verificar toda semana com o carro frio o nível de água. Trabalho dispensável para as baterias seladas, que não precisam de água. Para completar o nível, utilize somente água destilada. Nunca coloque qualquer outro tipo de líquido. Complete de forma que as placas de chumbo fiquem totalmente cobertas, mas sem transbordar. Mantenha os pólos limpos. Evite deixar as luzes acesas, ou o rádio funcionando com o motor desligado, pois pode descarregar a bateria. Ao instalar equipamentos que necessitem de muita energia, como rádio mais potente ou ar-condicionado, redimensione o sistema elétrico de maneira que ele suporte o aumento de energia.

Câmbio
O nível de óleo do câmbio precisa ser verificado aos 25 mil quilômetros. A troca completa deve ser realizada a cada 50 mil quilômetros, conforme recomendação do fabricante. Evite apoiar o pé sobre o pedal da embreagem, pois provoca desgaste das peças, como rolamentos e discos de embreagem. Manter o carro numa subida, usando o pedal da embreagem e do acelerador, aumenta o consumo de combustível e gasta o disco e platô.

Escapamento
O escapamento deve ser verificado a cada 20 mil quilômetros. Os fixadores e abraçadeiras devem ser revisados periodicamente. Lave a parte de baixo do carro somente com água e sabão neutro, para não ressecar as borrachas.

Freios
O primeiro ponto a observar é o nível do fluido de freio. Ele deve ser verificado todas as semanas e, se necessário, deverá ser completado com fluido da mesma marca. Recomenda-se a sua substituição anualmente. Se quando você pisa no pedal do freio, ele faz barulho, isso pode significar pastilhas gastas. Os discos estarão sendo arranhados. Verifique o estado das pastilhas a cada 10 mil quilômetros. As lonas devem ser trocadas entre 25 mil e 40 mil quilômetros. Nesse tempo, os tambores também devem ser checados. Não pise no freio de forma brusca, procure pisar progressivamente e com antecedência. Utilize os freios com uma marcha engatada, para evitar desgaste das pastilhas e discos.

Injeção eletrônica
A cada 40 mil quilômetros deve-se limpar os bicos da injeção eletrônica porque a sujeira presente no combustível pode entupir o sistema, aumentando o consumo e piorando o desempenho do motor.

Lubrificação
O nível de óleo deve ser verificado uma vez por semana com o carro frio. Ele precisa estar entre o mínimo e o máximo da vareta do medidor. Quando completar o nível, é importante usar o mesmo tipo e marca de óleo que estiver sendo usado no seu carro. A troca completa do óleo sintético deve se realizar no prazo recomendado pelo fabricante do produto, geralmente entre 20 mil e 25 mil quilômetros. Sempre que fizer essa troca, o filtro de óleo também deve ser substituído. A cada troca de óleo, limpe o filtro de ar, que deve ser substituído depois de 10 mil quilômetros.

Motor
O filtro de combustível precisa ser trocado entre 30 mil e 50 mil quilômetros. Veja também as correias dentada, do alternador, da bomba d'água, da direção hidráulica e do ar-condicionado a cada 20 mil quilômetros. Elas devem ser substituídas entre 40 mil e 50 mil quilômetros. Verifique as mangueiras do combustível sempre que possível e troque-as quando estiverem ressecadas, trincadas ou folgadas.

Rodas e pneus
O tipo dos pneus que equipam o seu veículo devem obedecer à indicação que vem no manual do proprietário. A cada duas semanas, ou antes de viajar, os pneus precisam ser calibrados ainda frios. Complete com a pressão correta indicada para os pneus, que vem impressa no manual do carro e nas tabelas específicas. Verifique também o estepe. O uso da tampinha na válvula de ar de cada pneu é fundamental para evitar que o bico receba impurezas. O momento ideal para a troca dos pneus é quando a marca de desgaste, um triângulo ou as letras TWI impressas na lateral deles, são atingidas.

Deve-se fazer o rodízio a cada 10 mil quilômetros, além do alinhamento de rodas e direção. Para os pneus radiais, o rodízio deve ser em linha reta. Os traseiros trocam de posição com os dianteiros, ou seja, o da esquerda com o mesmo lado e o da direita com o seu equivalente. Para os pneus diagonais ou normais, o rodízio é em forma de X, ou seja, os traseiros trocam de lado com os dianteiros, que passam em linha reta para os traseiros, sem alternar os lados. As rodas devem ser balanceadas após o rodízio, ou sempre que você substituir pneus.

Sistema elétrico
Fique atento na altura dos faróis alto e baixo. Mantenha-os sempre regulados. Confira se todas as luzes acendem, pois a falta de uma delas pode diminuir a sua segurança e resultar em multa. No caso de um fusível queimado, substitua-o por outro de mesma amperagem.

Suspensão
Faça uma revisão completa dos eixos, molas, rolamentos, pivôs, terminais, juntas homocinéticas, coxins, bandejas, batentes e buchas a cada 40 mil quilômetros. Os amortecedores devem ser substituídos nesse mesmo período. Se você pressionar o carro para baixo, ele deve subir uma vez e parar. Senão, os amortecedores estão sem função.

Velas
Substitua as de cobre a cada 15 mil quilômetros e as de prata ou eletrodos múltiplos depois de 30 mil quilômetros. As mais recentes de platina precisam ser trocadas apenas a cada 60 mil quilômetros. Ao fazer essa substituição, verifique também os cabos de velas. Problemas de perda de potência, geralmente são ocasionados pelas velas, que devem estar sempre reguladas.

Fonte: http://www.drautomovel.com.br/mecanica.php

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Os ítens de verificação mecânica podem ser feitos em oficina de confiança!

Preventivas

Manter a frota em bom estado aumenta a vida do veículo e gera economia para as empresas.

Garantia de bons negócios

por SANDRA CARVALHO


Veículo parado é sinônimo de prejuízo. Por isso, estar em dia com a manutenção da frota é uma garantia de segurança e economia na atividade de qualquer tipo de transportadora.

Vida útil maior, melhor desempenho do caminhão, do ônibus ou do táxi são algumas das vantagens em manter os veículos em bom estado. Para as grandes empresas de transporte, ter o próprio setor de manutenção, ainda que seja para fazer apenas reparos básicos e preventivos na parte mecânica, vale a pena. A aposta em manter a frota nova também tem sido uma boa alternativa para obter a garantia de serviços das concessionárias e fabricantes.

Na transportadora DM, por exemplo, a demanda pela manutenção é alta, pois são 252 caminhões próprios. A empresa possui uma oficina central em Eldorado do Sul (RS), com 27 profissionais trabalhando 24 horas por dia, além de vários pontos de apoio espalhados pelo país. São mecânicos em geral, eletricistas, geometristas, lanterneiros, chapeadores e especialistas em injeção eletrônica.


Nem cogitamos ficar com um caminhão parado. Os prejuízos são bem maiores do que o gasto com o conserto e a manutenção”, afirma o engenheiro mecânico José Leonardo Reichelt, gerente de manutenção da empresa.

A DM realiza no setor treinamentos para que os motoristas possam dirigir de forma correta e segura e obter um melhor desempenho do caminhão. “O motorista pode colaborar para que o caminhão fique impecável como pode destruí-lo. Por isso, cuidamos de quem cuida do nosso veículo.”


Embora possua uma frota nova, com idade média de dois anos e meio, a transportadora prefere manter o setor de manutenção a terceirizar os serviços, pois, segundo Reichelt, fica bem mais em conta, representando 17% dos custos da empresa. “A DM gasta em média R$ 0,11 por quilômetro rodado com manutenção. Esse valor seria bem mais alto se terceirizássemos”, diz. O gerente explica que a manutenção frequente – que é mais fácil ser feita dentro da empresa - reduz principalmente os gastos com combustível, que representam o maior custo para uma transportadora.

Na oficina da DM, são realizadas manutenções preventivas, preditivas (para detectar problemas e apontar soluções) e corretivas, conforme agendamentos programados e necessidades urgentes dos caminhões.

O engenheiro mecânico afirma que a busca pelas concessionárias ocorre apenas em caso de revisões preventivas e periódicas previstas na garantia do veículo, que é geralmente de um ano.

A terceirização também ocorre quando se trata de análises periódicas de diesel e de óleo lubrificante do motor. Para esse trabalho, a transportadora conta com laboratórios parceiros. Já os testes de emissão de poluentes, que também são feitos periodicamente, são realizados na oficina.

Já a transportadora Braspress prefere realizar o mínimo de reparos em suas oficinas de manutenção, mantendo o setor apenas para ações básicas. Com 800 caminhões próprios e outros 500 agregados, ou seja, caminhoneiros autônomos que trabalham como frilas fixos para a empresa, a Braspress aposta na frota nova e na garantia das concessionárias. “Como mantemos nossa frota com idade média de quatro anos, relativamente nova, temos garantia das concessionárias de até três. Por isso, não vale a pena resolver problemas mais complicados na empresa”, diz Lopes. Apesar de ter essa filosofia, a Braspress possui setor de manutenção em sua sede em São Paulo. O setor foi criado há seis anos, quando a empresa optou por ter mais caminhões próprios e menos veículos agregados. “Quando passamos a ter veículos próprios, houve a necessidade de investir nessa área para manter os caminhões sempre em bom estado”, afirma o diretor de operações da empresa. São 22 funcionários na área.